quarta-feira, 29 de abril de 2009

Carmélia

Carmélia faz café todos os dias no mesmo horário, depois compra
os pães na padaria a duas quadras dali. O marido reclama, diz
que ela deveria comprar os pães antes de fazer o café. Sabe que
ele toma outro depois de comer o pão e diz isso pra ele.
Acaba falando também da garrafa térmica que mantem quente o dito
cujo. Ainda sem dar chance de rebatida ao esposo, cita o cigarro
que ele também fuma com o café esperando os pães. O marido bate na
trave. "E se eu parar de fumar?". Fez a pergunta meio que na
exclamação. Carmélia viu bem onde ele queria chegar. Sendo que
ele nem queria chegar em legar nenhum. Gole no café.
Carmélia falou dos adesivos da farmácia, do tratamento grátis
no Hospital das Clínicas e de outros métodos vários que ela foi
lembrando, assim de cabeça. Ao marido só cabe comer o pão rápido
porque o trânsito não é brincadeira. "Trânsito não é brincadeira!"
Levanta e sai. Nesse dia o marido não tomou o último café.
Tinha que ter ali uma retaguarda. Mas Carmélia sabe bem onde
ele quer chegar. Isso, se o trânsito deixar.

3 comentários:

Lilian Akemi disse...

Adorei...

Menino, vamos reavivar esse blog!
É muito bom quando você escreve!

Um beijo enorme

Fabio disse...

Olá, tudo bem? Agradeço a visita e o comentário no blog FABIOTV. Abraços, Fabio www.fabiotv.zip.net

Danúbia Ivanoff disse...

Iai Ivan, gostei bastante das coisas que escreve, vc escreve bem. só não gostei muito do que disse sobre fidel, ele saiu mas ainda está presente e se não fosse ele, ah se não fosse ele. O povo cubano só desfruta da felicidade que é arrancada de nós, a felicidade mais próxima do que é ser humano, por Fidel...
QUe cuba resista! com ou sem Fidel
QUe resista contra o grande imperialismo instaurado

Abraço Ivan